sexta-feira, 9 de setembro de 2011

"Os israelitas" e a fonte da cocaína


Uma seita religiosa peruana denominada La Asociación Evangélica de la Misión Israelita del Nuevo Pacto Universal ou simplesmente “os israelistas”, como é conhecida no lado brasileiro, está incentivando a plantação de coca como modo de angariar recursos e preparar os fiéis para o juízo final e o Paraíso. O resultado é que, no lado peruano da tríplice fronteira Brasil-Peru-Colômbia, a plantação se tornou gigantesca, como atesta recente operação da Polícia Federal do Brasil e da Força Nacional do Peru.

Poças de maceração, o primeiro local usado no processo de produção da cocaína. Note as montanhas de folhas já usadas que estão ao redor
A operação PF-força Nacional, cujas fotografias são agora reveladas em primeira mão, aconteceu em julho e contou com 40 policiais brasileiros e 150 peruanos, tendo apoio de três helicópteros H1H e um MI17, do Peru, e um esquilo brasileiro, além de balsas com combustível para abastecimento dessas aeronaves. “O nosso custo foi de aproximadamente R$ 600 mil”, revela o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, delegado Sérgio Fontes.
“Os agricultores vivem na miséria e são completamente dependentes dos traficantes, que controlam os pagamentos para evitar que essas pessoas tenham qualquer chance de mudar de vida”, atesta Sérgio Fontes. A PF está sugerindo ao Governo Federal do Brasil que promova um programa social, em convênio com o Peru, pagando uma espécie de “bolsa antidroga” para os agricultores.
A Floresta Amazônica, no Vale do Javari, no Alto Solimões, é o local ideal para camuflar a plantação

O cal é utilizado para secar o produto retirado das folhas...

... e a gasolina também entra na mistura. Tudo vai parar no nariz do dependente químico
O presidente do Peru, Ollanata Humala, tem dito que quer oferecer uma opção de vida aos camponeses, diferente do tráfico. Por isso, a proposta seria de o Brasil pagar essa “bolsa antidroga”, incentivando com apoio técnico a plantação de banana, verduras, legumes e frutas em geral, que seriam consumidos pelo Exército Brasileiro na fronteira, retirando a dependência dos traficantes. A ideia está sendo examinada pelo Governo Federal. “Sai muito mais barato que tentar combatê-los no meio da floresta, em operações que saem muito caras”, disse o delegado.
Os israelitas


Um dos obstáculos à implantação do programa social é a existência dos israelitas, seita fundada em 1968, que receberam esse nome do fundador, Ezequiel Ataucusi Gamonal, mas nada têm a ver com os judeus.
Segundo o missionário Ken Scott, diretor do Seminário Evangélico Batista do Sul do Peru, em Tacna, os membros da seita podem ser até 200 mil. Eles atuam nas zonas urbanas, nos Andes e na Selva Amazônica peruana. “Antes eles estavam no interior do Peru e agora estão na fronteira com o Brasil, no Vale do Javari”, atesta o superintendente da PF no Amazonas.
A solução para o enfrentamento dessa seita, considera o delegado, é fundamental para o combate à produção de folha de coca, que abastece grande parte dos industriais do tráfico, encarregados do refino da droga.

A operação de julho, no rio Javari, permitiu a destruição de poças de maceração e armazenamento de folhas correspondentes a oito toneladas de cocaína refinada.



Hora de queimar a plantação e destruir o local da produção inicial da cocaína, que viraria oito toneladas do produto refinado no mercado mundial


Fonte: http://www.blogmarcossantos.com.br/os-israelitas-e-a-fonte-da-cocaina/

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